The History - a boate.
- jade turquesa
- 12 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Sim, eu fui,
Era o aniversário da amiga da amiga da minha amiga.
Não conhecia mas já tinha ouvido vários comentários, com louros e com lodos.
Pensei, vou conhecer. Não interessa, quero dançar.
Gosto muito de dançar, danço tudo, Tango, manbo, forró, lambada, valsa, só não gosto muito de uns tipos de samba (não me vaia) mas mesmo não gostando mando bala no passinho, Ah, funk, tô fora.
Me emperiquitei toda (para ir numa disco, pantalona e blusa com uns bordados vazados, tudo branco) e fui dirigindo para não me empolgar na vodca.
Quando cheguei achei estranho as mulheres na fila. Quase todas de preto com aqueles vestidos justos, mas põe justo nisso. Sabe aquele tecido que quando você anda ele sobe, vai subindo até a cintura? Então, era tudo desse tipo. Mas...cada um no seu quadrado, O meu quadrado era branco.
Entrei na boate como se fosse a primeira vez. Aliás é toda verdade que a primeira vez a gente não esquece! "Papagaios", quem tem mais de 50 sabe que foi a discoteca mais incrível da época.
E a segunda vez também ninguém esquece. Meus pais nunca esqueceram. Qualquer hora conto. É de arrepiar.
Mas, voltando ao aniversário da desconhecida, Entrei. Não achei ruim, mas logo senti um olhar, sabe quando você sente, parecia dois holofotes me fuzilando. Tinha duas sombrancelhas em cima fazendo um desenho de "te marquei". Eram dois olhos de um homem (bom, pelo menos).
Dei uma disfarçada e já vi que não me agradava.
Mas aqueles olhos...onde eu ia lá estavam eles me seguindo com as sombrancelhas do tipo "te marquei". Aquilo começou a me incomodar.
Fui no bar com minha amiga comprar uma água e enqanto falava com o barman senti um dedinho no meu ombro. Virei, eram aquelas sombrancelhas.
Ele disse: dança comigo essa música. Ela é do nosso tempo.
Me virei com toda a calma e retruquei - essa música não é do meu tempo, obrigada, não quero dançar.
E vocês pensam que o zoiudo desistiu? Passou a noite toda me perseguindo.
Vou direto pro fim de noite e aquela máxima " se não tem tu vai tu mesmo" estava valendo. Fiquei conversando com o gajo. Engenheiro civil, professor de faculdade, terminando o doutorado, até que ,,,dei meu telefone,
Bem, saí de lá as 4h00.
Às 8h00 toca meu telefone, pensei, morreu alguém. Era o gajo, vivinho da silva dizendo que queria me ver a noite. Estava com saudade.
Shiiiii, já fiquei esperta e disse ter outro compromisso.
Mas ele não parou por ali. Me ligava várias vezes no dia, queria ir na minha casa e eu pensava ...esse cara não lê jornal?
Bom, final de novela. Fugi, Sumi. Só não mudei o número de telefone mas até hoje quando ele liga aparece o nome The History.
Acabei de ter a idéia de mudar para "possível fraude"
Evidentemente não era o cara da foto abaixo, não sou louca. Não piso mais lá.

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