Socorro para os animais domésticos

A vida não anda tranquila para ninguém, muitas preocupações, muitas. Porém parece que além desses pensamentos inquietantes muitas pessoas ficaram imunes à dor alheia. É mesmo difícil sair da rotina da nossa vidinha, com os nossos horários, muitas obrigações que temos que cumprir e nada pode nos distrair ou tirar da direção.

Se vamos ao dentista, o mundo  pode cair na nossa frente, se vou ao trabalho, almoçar com uma amiga, consulta médica, shopping,  a rota já foi traçada.

Nada pode me atrapalhar no caminho.

- Sinto muito amigão, se você está passando uma grande necessidade, eu não posso ajudar.

Me refiro àqueles seres invisíveis, que na verdade estão sofrendo na nossa frente e fingimos não ver. Seria muito desagradável cruzar com o olhar de uma pessoa que não tem nada. Sabe o que é nada? Não, não sabemos. Mas passamos na pressa, porque nós vamos chegar a algum lugar, ah vamos.

Muito desagradável ver um ser humano em situação de rua, nem gostamos de olhar porque podemos ver ali alguém igual a nós.

Diferente de nós, pior é o que acontece com os animais. Não são evitados, não incomodam, eles simplesmente não são vistos. Temos até dúvida se existem.  

Perdidos, feridos, com dores, machucados, famintos, eles nem são admitidos como seres que respiram e que têm a estrutura neurológica semelhante à nossa, o que vale dizer que têm emoções semelhantes à nossa, como a alegria, o medo, a dor, a tristeza, a aflição, a fome.

Acreditamos que dificilmente se negará socorro a um ser humano, numa situação emergencial, porém o mesmo não ocorre com os pobres peludos, que não conseguem pedir auxílio, nem comida, nem um simples analgésico.

Virar as costas para um animal que sente dor é muito cruel. Ele depende de nossa atitude para se livrar do tormento.

Existem muitos animais perdidos, sofrendo a falta de seus tutores e muitos tutores lamentando não terem sido mais cuidadosos com seus animais. Portões abertos, coleiras e guias fracas, sem identificação, é um descaso com essas vidas, E lá se vão esses pobres seres para a vida nas ruas, sofrer fome, dor, tristeza, os rejeitados mais invisíveis do mundo.

Recentemente fiz contato com uma delegada que tem olhos voltados à proteção animal para denunciar um caso muito cruel de maus tratos, porque eles também existem. Ela me confessou que não consegue em 24h por dia verificar todas as tristes denúncias.

Então, está nas nossas mãos, já que temos o coração batendo e entendemos a importância de uma vida, exercitarmos a expansão do raio  dos nossos olhares para conseguir enxergar os seres que necessitam de ajuda.

Pare a rota, mude o compromisso, acredite, ninguém vai te julgar mal se demonstrar o tamanho do seu coração. Faça-o grande. O suficiente para se admirar e anotar (lá em cima) uma boa ação. Garanto que um dia vai precisar dela!