A causa do efeito
- jade turquesa

- 23 de set.
- 3 min de leitura

Por muito tempo, mas muito mesmo, vivi uma vida de ego. Temia a Deus (não como na época anterior a Moisés) mas um temor descrente já que tudo ia bem.
Não vem ao caso repetir como tudo mudou, até porque tudo vai mudar para você também um dia e essa afirmação é a única realidade paupável daqui em diante.
Como não pensar na famosa frase de Kardec “não há efeito sem causa” e se o efeito é inteligente, a causa também o é.
Vou improvisar aqui pedaços da obra de Leon Denis, o livro “Depois da Morte”.
Indico aos amigos e confesso que não o li inteiro mas não pude deixar de anotar e de compartilhar a beleza dessas letras que não foram arremessadas ao acaso.
Pensou em algo fúnebre, o título pode enganar?
Pois não é. Se trata de uma mágica poesia sobre Deus e sua criação. Em seu capitulo IX intitulado “O Universo e Deus”, podemos nos emocionar com a descrição que faz das Leis da Natureza, da ideia de um ser superior, necessário e perfeito, fonte eterna do bem, do belo e do verdadeiro, a quem se identificam a lei, a Justiça e a suprema razão.
“...Que palavra humana poderia descrever-lhes, maravilhosos diamantes do escrínio celeste? Sirius, vinte vezes maior que o nosso Sol, ele próprio igual a mais de um milhão de globos terrestres reunidos; Aldebaran, Vega, Procyon, sóis cor-de-rosa, azuis, escarlates, astros de opala e safira, que derramam na imensidão seus raios multicores, raios que, apesar de uma velocidade de seiscentas mil léguas por segundo, só chegam até nós depois de centenas e de milhares de anos!
...Vejam os seres vivos que povoam o nosso planeta: pássaros, insetos, plantas, e reconhecerão que cada um é uma obra admirável, uma maravilha de arte e de precisão.
... E o corpo humano não é um laboratório vivo, um instrumento cujo mecanismo atinge a perfeição?
Uma poderosa unidade rege o mundo.
E todas essas formas se religam, todas essas forças se equilibram, se casam em perpétuas trocas, numa estreita solidariedade.”
Ao ler essas palavras tenho certeza que o caos ou o acaso, o encontro fortuito dos átomos não poderiam ser a causa de tantos efeitos. Seria raciocinar pequeno, de forma primitiva.
O autor, para demonstrar que há uma causa inteligente em tudo à nossa volta, lança uma pergunta:
Viu-se alguma vez o arremesso ao acaso das letras do alfabeto produzir um poema?
Não, não seria possível.
Relendo essas palavras de Denis sinto, de novo, a face do Criador.
Como podemos esquecer o que vemos acima e em volta de nós sem crer numa inteligência suprema, a causa primeira de todas as coisas?
E como não sentir a atração de uma força, um instinto que nos conduz à ela?
Queria escrever muito mais, trazer enormes textos de convencimento, explicar sentimentos inexplicáveis, sensações de pertencimento, descrever o gosto de reconhecer a presença Divina, de compartilhar o contentamento quase infantil ao se ver como filha de Deus.
O descobrimento do ser espiritual que está em mim foi um presente de minha mãe e o Pai Celeste. Descobri que não sou um corpo que tem espírito. Sou um espírito que tem um corpo. E isso muda tudo.
Segundo Descartes o Criador, a inteligência suprema, ao terminar a sua obra - o ser humano - colocou a intuição que direciona a nossa busca para o Alto, como sua assinatura.
Essa é a única tatuagem que tenho, na alma. Procure a sua, ela está aí.








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