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O faz de conta

  • Foto do escritor: jade turquesa
    jade turquesa
  • 7 de ago. de 2020
  • 3 min de leitura

Era uma vez...

Sempre é assim que uma história começa e vou usar essa estrutura poética para dizer que uma história começa sempre assim...

Sempre fui feliz.

Vivendo neste planeta, desta vez, pouco mais de 60 anos, experimentei vários inícios de contos de fadas e participei de vários contos paralelos onde me identificava com alguma alegria, dor ou loucura.

Sempre imaginei ser dona de meu nariz (nada pequeno o exemplar herdado de Eva, aquela da maçã) e sempre encontrei nos estudos e durante a escravidão no tribunal (cada um a seu tempo), o motivo maior da minha existência.

Por força da educação recebida de meus pais, os estudos e o trabalho honesto eram elevados à potência máxima e, claro, a família, a importante célula que daria o equilíbrio necessário para o rally que o caminho ofereceria.

Não farei comentários sobre as passagens alegres, dolorosas e estranhas do meu paris/dakar desde a largada (uma chatice), até porque muitas curvas e derrapagens já ficaram comendo terra.

Quero a partir de agora olhar ao longe e imaginar a linha de chegada (deixo claro que não desejo muita proximidade dela, quero manter distância segura) e me reeducar para fazer um percurso sem perder o eixo central.

Ninguém poderá dizer que não é responsável pelos passos que deu durante a vida, mas asseguro a vocês que muitos de meus passos foram direcionados ao acaso e acreditem ou não, somente agora posso ver isso.

Filha única de pais conservadores, vivi duas vidas paralelas, uma satisfazendo os ideais da família e outra, bem mais divertida, satisfazendo a curiosidade de quem está descobrindo o mundo de braços abertos. Eu achava que descobria o mundo...

Tombos, todos de salto alto.

A batida era: cai, sacode e levanta, teimooooosa a taurina, cai, sacode e levanta.

Chega? Nãooooo, cai, se rala toda, sacode e levanta.

Mas devo confessar, nunca ouve fratura. Sempre um guardião colocava uma almofadinha. Esse anjo incansável me abriu várias janelas, me chamou, avisou, colocou avisos...e fechou portas.

Passei muito tempo fazendo de conta que tinha controle de tudo...me estressei demais na vida, no trabalho tive vários papéis, inclusive de boba, de louca (essa várias vezes) até dar uma parada irregular, ser colocada junto com o mundo no ponto morto, nada de rally.

Sem pista, sem corrida, sem platéia.

Parece que um tal morcego fez a vida da gente ficar na posição que ele gosta de dormir. E não era o Batman, ele tem outra nacionalidade.

Não sei com o casados mas eu, na atual solteirice, me entreguei total ao guadião. Ele me pegou a mão, me encostou em seus ombros e então pude chorar todas as lágrimas que meus olhos puderam fabricar.

E só os maiores de 50 anos sabem, fica proibido chorar após o meio centenário, tem uma bolsa abaixo dos olhos que é sua inimiga declarada. Chorou, a bichinh incha.

Muitas compresssas nos olhos e na consciência, procurei o eu interior. Já ouviu falar nisso? No meu tempo de estress e de doida nunca tinha me procurado.

Poxa, eu tenho um eu interior.

Não é o ego, não são os pensamentos, não são as lembranças nem as emoçoes. Sou eu. Posso ver todos esses aí, que máximo! Mas eles não sou eu.

Hoje eu sei. Sou maior que eles embora façam parte de mim.

Deu para entender? Procure saber, é preciso procurar sua serenidade. Ainda estou em busca dela, mas já separo alhos de bugalhos.

Sei que minha serenidade é minha. Só a mim pertence. Se qualquer um consegue levá-la embora, então ela depende de terceiros, não é minha.

Sai prá lá. Quero só para mim, afinal sou filha única.

Não posso deixar de comentar que dei novo enfoquei para a espiritualidade.

No ano passado me inscrevi em curso de estudos sobre a Bílbia, segundo o Espiritismo. Passei por uma entrevista e me perguntaram se eu era espírita. Na verdade eu sempre fui mas o dia a dia me tirava essa certeza, então respondi: quero ser mais e pra ser sincera depois dos sessenta comecei a me preocupar mais com a vida eterna. Pura verdade.

Ela sorriu docemente e me admitiu. Graças a Deus.

Tenho uma amiga que sempre ri e me diz que nunca imaginou que estaria viva para me ver com uma Bíblia na mão. Nem eu, mas as leituras que fiz e faço agora me levaram para um outro lugar durante a pandemia.

Afirmo a vocês, meus amigos, não prentendo convertê-los. Mas faço essa menção porque sei que todos nós precisamos de um norte, escolham o seu.

Chega uma hora que o faz de conta acaba e você tem que se mexer. Desejo a todos engatar uma 2a. para o lado certo. Não percam tempo. A pista está livre.

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