Meus namorados

Vocês não estão vendo mas tenho, neste momento, um sorriso (de macabro a maroto) nos lábios.

Sem pânico amigos ex-namorados, reformulo, está mais para um semblante com ar divertido. Hehehehehe.

Que boa idéia a proximidade do dia dos namorados me deu: vou adorar falar dos meus namorados.

E me expor, claro, porque a maturidade não me fez só esquecer de alguns (nem tantos vai), mas me fez também reconhecer em alguns momentos da vida papéis beirando o ridículo, que desempenhei com o coração nas amídalas em busca do "perfect love".

Ora, atire a primeira pedra quem nunca!

Para começar a conversa, fui (fui?) namoradeira e meia ajeitadinha também.

Como consequência, comecei cedo e doeu cedo porque, por um golpe do destino, meu primeiro namorado morreu num triste reveillon. Sofri. Demorou para passar mas passou.

Passou tanto que namorei 5 anos com meu cunhado, cedendo à pressão familiar.

Ele me ensinou muitas coisas e nem todas eu apreciei. Mas valeu. Fiquei com os pés mais encostados no chão.

E quase em seguida....larilarilari (notas musicais de sons sublimes), conheci a paixão.

Deus me livre de sentir de novo aquilo. Loucura, sobressalto, frenéticas alegrias, dores de estômago, esperas infindáveis, corpos apaixonados, meu Deus, que loucura,,,e olha que fui totalmente correspondida. Maravilhosamente correspondida.

Foi um amor muito lindo. Vivido 24 horas por dia. Um apego extraordinário, uma saudade sem motivo.

Viajamos muito. Ele tinha um apartamento em Paris. Dá para imaginar uma super paixão vivida em Paris e adjacências. O mundo foi nosso.

Foi muito bom viver aqueles anos.

Mas como tudo que é bom não dura para sempre, tivemos que viver algum tempo desapegando. Não foi fácil para nenhum dos dois.

Somos amigos até hoje e lamentamos sinceramente o tratamento que demos a nossa paixão. reconhecemos, foi a the best.

Até depois de separada do meu casamento ensaiamos um come back mas já éramos outras pessoas. A vida já tinha me modificado demais. Não consegui viver aquilo de novo.

Então, dez meses depois da nossa dolorosa separação, casei. Busquei um amor mais tranquilo.

Já era uma mulher madura e sinceramente não passou pela minha mente me separar, mas as diferenças de escalonamento de prioridades e valorização de sentimentos (só para dar uns motivos) fizeram nas nossas vidas um pequeno reboliço. De adaptação em adaptação, de diários exercícios de compreensão e de várias tentativas de recomeço, a musculatura rompeu.

De verdade não fizemos uma boa dupla. Dos meus namorados, ele foi o único que guardou rancor, mas sei que não foi só de mim. Descobri que há outra forma de ver a vida, a forma dele e com certeza vai de encontro com a minha.

Como não conseguimos ser amigos nem durante, nem depois do casório, não tenho grandes sentimentos mas espero que esteja gozando de boa saúde (formal, para manter a distância).

Mas sem dúvida a experiência resolveu o grande temor de minha mãe que era ter uma filha solteirona. Check.

Bem, daí para frente, ai ai ai, tive muitas alegrias.

Logo após o desenlace matrimonial (respeito) namorei com um sentimento diferente uma pessoa bem mais jovem que eu.

Vou repetir o que já disse em outro post. Eu indico. Cura várias feridas, doenças crônicas podem dizer adeus.

Traz uma movimentação diferente na vida e olha que ele era um jovem de velhos pensamentos, ou melhor, um jovem quase maduro, dizia rindo que gostava de antiguidades... e gostava mesmo (de móveis, me refiro).

Foi uma fase que me preocupou a opinião dos outros. Pura bobagem.

Tenho uma amiga da juventude tenra com um acordo tacitamente feito que vigora até hoje. O seu principal e único artigo diz: Me avisa se eu estiver ridícula.

Não estava. Valeu. Viagens inesquecíveis de dentro e para fora. Foi bom e durou o bastante para deixar uma amizade sincera e desinteressada. Ele, de humor incansável até apelidou o namorado seguinte.

O pizzaiolo.

Não, ele não fazia pizza. É arquiteto mas projetou uma pizzaria de alguma fama então...

Um bom namorado devo dizer. Talvez o melhor. Sei que ele vai ler então peço que não fique embevecido porque posso desenrolar aquele papiro de defeitos que eu sacava sempre.

Tivemos ótimos momentos, aliás, a vida que se relembra deve ter bons momentos, não é?

O problema do relacionamento se resume num verbo de difícil emprego. O verbo aceitar. Até hoje tenho problemas com ele, com o verbo, porque com o pizzaiolo, tudo azul. De fácil convivência, de palavras sinceras e de riso fácil.

Meu amigo Claudinho diria: mas tem um defeitinho...

Brincadeiras a parte, é hoje um bom amigo que as vezes pretende algo mais. Homens!

Ah! Não posso esquecer, por amor à vida, de um namorado de juventude que reapareceu em vários momentos. Entre idas e vindas infelizmente por alguns acontecimentos, assustei. Alguns episódios me fizeram afastar, mas como nos acompanhamos durante a vida e até hoje, à distância, senti ser merecedor de individual menção.

Verdade verdadeira, tenho carinho por todos e sei da reciprocidade.

Teve um tempo que diziam que eu me parecia (gente doida) com a Jennifer Aniston. Sempre esperei meu Brad Pitt.

Para terminar quero deixar para todos que lerão este texto, a letra de uma música. Letra e música de Edu Lobo e Chico. Do disco "o Circo Místico". Confira, tem uma musicalidade belíssima.

A letra, descreve o namorado dos sonhos. Ei-lo materializado na letra.

Ele vai me possuindo, não me possuindo num canto qualquer

É como as águas fluindo, fluindo até o fim, é bem assim que ele me quer

Meu namorado, meu namorado

Minha morada é onde for morar você

Ele vai me iluminando, não me iluminando um atalho sequer

Sei que ele vai me guiando, guiando de mansinho pro caminho que eu quiser

Meu namorado, meu namorado

Minha morada é onde for morar você?

Vejo meu bem com seus olhos e é com meus olhos que o meu bem me vê

Desejo a todas a vida com alguém especial assim.

Feliz Dia dos Namorados.