Make up

Recebi, no meu grupo de vendas de roupas e acessórios, de uma simpática colega de classe do curso de inglês, um filme...como dizer... - vou deixar o adjetivo para depois - que me causou uma certa estranheza,

Nele várias atrizes nacionais, todas lindas e maquiadas (Angélica, Juliana Paes e outras desse naipe) prontíssimas para papéis de rainha se despem da maquiagem que usam (só da maquiagem, continuam de roupa) afirmando o unânime desejo de ser e aparecer diante das câmeras 'au naturel'.

Conforme o filminho vai passando elas vão ficando naturalmente diferentes, para dizer o mínimo.

Me pareceu uma campanha contra os filtros das câmeras. Não pareceu, é mesmo.

Chegam a verbalizar "abaixo os filtros" e "viva a autenticidade" ou "falsidade" ou coisa parecida.

Surpreendente não?

Fiquei com uma sensação estranha entre a surpresa e um certo desconforto até porque recebi essa pérola num grupo de vendas, como já disse, onde regularmente procuro auxílio para melhorar a minha aparência com o uso de filtros. Afinal, quem quer comprar roupa vestida numa manequim horrorosa?

Aí fiquei me perguntando sobre aquele vídeo. Será que elas pensam mesmo assim ou o cachê valeu tanto a pena que a Juliana Paes não se importou de aparecer com as maiores olheiras que já vi em seres vivos.

Autênticas?

Bem, vamos e venhamos, nenhuma delas é feia e mesmo com todos os defeitinhos aparentes da ausência de maquiagem ainda são mulheres que chamam a atenção pelo charme e beleza.

Só não entendi a forma declarada e escancarada de chamar de falsa quem usa maquiagem ou filtro. Tem cabimento?

Não me vejo assim. Alíás eu e mais milhões de mulheres crescemos contando as horas para chegar a alcançar mais de 1,30m para poder usar batom, rímel, esmalte e base. Foi ou não foi?

Atualmente essa medida já caiu em desuso. Basta ter olhos, bocas e unhas.

Que prazer indescritível ...a primeira maquiagem a gente nunca esquece! Valisère não é natural usar ...todas mulheres falsas?

O que não era falso era aquela vontade irresistível de comprar maquiagem. Até hoje preciso me segurar para não cair na tentação das novidades.

Agora, daí traçar uma vertente que leva à conclusão que estamos a querer ser o que não somos, a parecer o que não temos, a enganar...

A quem esse filminho quer enganar? Quem não quer, independente do sexo, se sentir mais bonita(o)?

Naturalidade, espontaneidade, beleza e virtudes não se mede assim não,

Desse quase mal estar que se instaurou, imaginem, num grupo que está vendo, como num shopping/lojas, uma vitrine com artigos que são apresentados de uma forma a alegrar os olhos, roupas e acessórios para você parecer melhor, se sentir melhor, o que dizer da inserção desse vídeo? Foi no mínimo...?

Achei o adjetivo: infeliz.

Segredinho: o rosto na foto do watsapp da colega que trouxe o filme está bem e bastante maquiado.

Touché!