Loucura
- jade turquesa

- 5 de abr. de 2020
- 2 min de leitura
Loucura, essa palavra surgiu de um post sobre signos. Loucura não é?
Aí fiquei, acho que todas ficamos, por alguns minutos, pensando com os botões que ainda abotoam, qual seria o tamanho da loucura de cada um.
Fui buscar na caixinha de costura, sabe qual é né, aquela que costura tudo na nossa vida, fui fuçar qual o tamanho da minha loucura.
Nem conto com qual objeto mediria isso...
Me dei conta que aquilo que suponho ser minha doideira está estritamente ligado à sensação de sofrimento de outrém, pessoa ou animal. Definitivamente o que me tira da caixa é ver sofrimento.
Diante desse tipo de constatação passei um filme na minha mente, aquela mesma louquinha que coloca o razoável dentro e fora da caixa como num joguinho de escravos de jó. Caramba, que filme! Olhar para dentro aterroriza. O que dizer quando olhar para fora?
Que tipo de pessoa passa o olhar pelo sofrimento e não faz nada? Segue em frente, olha para outro lado, porque ... tem pressa, está atrasada, está bem vestida, está mal vestida, vai perder tempo, vai perder a dureza da consciência, vai ter que negar que viu, que sentiu...pelo amor! Vai ter que gastar dinheiro, vai deixar de comprar uma blusa, uma xícara? Ne m’a dit pas ça!
Pois é, não dá pra dizer nada disso. Ou quem sabe será melhor viver com isso, com a pressa, a blusa, a consciência.
Essa minha loucura não me tira a blusa. Só divide.
Já tentaram? Mas é dividir meeeeeesmo, não é a migalhinha não. De migalhas nossas caixinhas de costura estão cheias.
Já guardamos várias migalhas na vida, a loucura ainda não conseguiu apagar não é?
De amigos, da família (putz, da minha tem migalhas de 4 padarias), colegas de trabalho (outra panificadora), namoraaaaados, mariiiiidos (esses merecem mais vogais) e lá vamos nós colocando tudo na caixinha.
Dá-lhe fundo falso para não deixar mostrar o farelado, mas está tudo ali, separadinho por décadas (véio é foda...).
E agora, de cara com a loucura, could you tell me, como posso fazer igual àquela gente? Como posso fingir que não estou vendo o sofrimento na rua, ao lado, em frente?
Simplesmente não posso. E você?
Olha lá na sua caixinha (isso sim é loucura)!









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