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Irmãos

  • Foto do escritor: jade turquesa
    jade turquesa
  • 6 de set. de 2020
  • 3 min de leitura

Impressionante como de hora pra outra, todos os dias é dia de alguma coisa.

Antes se dizia que era invenção de comerciante, para vender, agora em tempos de bolsos vazios ou de fim de pandemia, comprar deixou de ser, deixou de ser ...apenas deixou de ser.

Então, penso que o dia do irmão tem um propósito especial.

Eu, filha única de família cheia de primos filhos únicos (quase a maioria) não sei ao certo o que é ter irmãos.

Quando era pequena, morava próximo a um pronto socorro municipal e sempre que lá passava, de mãos dadas com minha mãe, teimava, chorava, gritava (filha única, precisa dizer mais?) até minha mãe me levar pronto socorro adentro para eu, de cara com o primeiro vestido de branco, pedir, as vezes ao soluço: moço, quero encomendar um irmãozinho.

Me contaram que era a tal da cegonha que levava o bebê para o pronto socorro, sacanagem não é? Mas eu acreditava!

Toda santa vez, era batata. Já fazia parte do pessoal do atendimento pegar um papel para anotar.

Meus pais, depois de um certo tempo mudaram de caminho e nunca o meu irmão veio. Coisas do universo.

Acreditava tanto que, no colégio de freiras tive a minha primeira aula de educação sexual.

Naquela época não era problema.

Cheguei em casa e disse para meus pais: entendi tudo, só não entendi como que o esperma entra no corpo da mulher.

Fácil de responder né?

Imagina a cara dos dois. Um olhava para o outro e era indisfarcavel a insatisfação pelo resultado.

Cresci experimentando todos os sabores de um filho único e creia, na minha casa era mimada com uma pitada de "abre os olhos, aqui você é a filha querida mas lá fora você é só mais uma". Ah, tinha outro detalhe, eu quase nunca estava certa. Impressionante como se erra nessa vida.

Exageros a parte, descontando que tudo que se resgata da memória recebe novas pinceladas, pude receber uma boa educação. Se não aprendi tudo, a falha coube a esta que vos fala.

E de marcha em marcha, cheguei à vida adulta.

O que dizer da vida adulta, dá até vontade de escrever um livro. Tantas passagens deliciosas, tantas outras hilárias, tantas tristezas e mágoas. Tudo passageiro. Confesso que nem lembro da metade.

Quem não percebeu ainda que é no dia a dia, no cotidiano que a gente se experimenta? E é nele que a gente esquece o que passou para abrir espaço para o vem pela frente.

E foi nesses dias de passeio que encontrei meus irmãos.

Puxa, como é bom ter irmãos!

Onde é que eles andavam? Quantas experiências já passamos e quantas ainda teremos pela frente?

Até um ponto da vida pensei ter escolhido os irmãos que queria conviver. Porque a gente, tonta, tonta, acha que escolhe e não vê que tem muuuuuita coisa rolando para essas pessoas aparecerem até você. Naquela horinha. Em todas as horas.

Tem uma força, sei não, um ímã, um Irmão (será que vem daí?) que faz tudo ir se encaixando.

Pensa, irmão também briga. E infelizmente alguns não gostam tanto de você. Mas também, com esses defeitinhos...

Aí, um dia você descobre que todos são irmãos. Pá! Descobriu a américa!

Uns são mais gostosos na conviência, outros são um teste para sua paciência. Outros são outros.

Creiam, eu já descobri a irmandade mas a minha paciência ainda não captou totalmente a idéia.

Exercício brothers, exercício. Não são só os músculos que precisam se exercitar. O coração também.

Feliz dia, meus irmãos.

ree





 
 
 

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