Insistência

A minha. Conversando por fone com uma amiga, soube do caso da Rua Atibaia, em São Paulo. Essa rua (aquela que aquele rapaz que passeando com o cachorro foi morto por ladrões que queriam fosse feito um pix - tragédia) situada em região nobre de Perdizes, tem casas e apartamentos de classe média alta. Nessa rua tem uma mini pracinha onde algumas pessoas montaram barracas, seja por motivos ligados à pandemia ou não, lá estão por não encontrarem até o momento outra opção mais digna para viver. No respectivo grupo do face de moradores da região há uma revolução de reclamos, feitos pelos seriamente incomodados, os moradores que vêem de seus largos e decorados apartamentos esses, como chamar, restos de pessoas? A miséria humana incomoda tanto que a maioria não quer nem olhar! Nem ajudar.

Quer que tire da frente. Que horror olhar para esses seres (?) que andam em farrapos sujos, sem banho, sem penteado. Tira, tira de onde a vista alcance! Pois é, a miséria existe e foi agravada com a pandemia e não adianta colocar a culpa em governos (tem 20 anos que tudo vem ladeira abaixo) porque agora, agora também está nas nossas mãos o auxílio. Seria melhor tentar tirá-los de lá e jogá-los em lugar à altura das cenas que representam? Não sei se vocês estão andando pelas ruas. Eu, depois de ficar de molho alguns dias com uma praga chamada gripe, refeita parcialmente desse revés, fui fazer coisas. Dona de casa (sou também) sempre tem coisas a fazer. A calamidade vive nas nossas ruas, em todas as ruas.

Se você estivesse jogado à própria sorte você não escolheria ficar perto de casas e apartamentos que teriam condições de ajudar com uma refeição, remédios ou coisa melhor? Pelo amor de Deus, são seres humanos!!! Saia de sua poltrona confortável, pare de reclamar e AJUDE! Por favor, hoje você vive bem mas não se sabe qual ajuda você vai precisar amanhã. E possivelmente não virá do governo, seja qual for o do momento, portanto dê seu auxílio e o exemplo. Não fique indignado em ver que a miséria atingiu muitas pessoas. Olhe para ela. Precisam de ajuda, de roupas, de comida, compreensão. Auxilie. Eu insisto. Ninguém tem tão pouco que não possa oferecer algo a quem não tem nada. A não ser que não tenha nada dentro de você. Só por fora.