Amizades
- jade turquesa
- 4 de mai. de 2021
- 2 min de leitura
Nunca fui a mais simpática quando conhecia pessoas. Não vou mentir, fui uma vez muuuito simpática. Conheci uns amigos que tocavam violão, piano, pandero (oh Deus, podem me vaiar mas não gosto de sambinha não) e eu , mesmo fumante, era metida a cantar.
Era época das turmas. Alguém marcava em um barzinho ou restaurante, lá seguiam todos – era um tipo de chamado de fumaça.
Uma noite aceitei um convite para ir numa festa no Círculo Militar, de um amigo que pretendia não se manter no nível da amizade. Mas ele não era o meu tipo. Mesmo assim fui, como amiguinha.
No grupo, uma mesa grande, todos diziam: hoje o Renatão virá, ele está no Brasil! Tinha ouvido muito esse nome. Todos gostavam desse tal Renatão.
Durante a festa fiquei me esquivando de ataques de cupido do meu amigo. Dizia - sem chance, em gestos e atitudes. Estava sentada na mesa olhando para a entrada do clube quando vejo um homem, genteeee, vocês não acreditariam no “homem”. Ele tinha porte atlético, ele vestia uma calça de lã cinza larga, uma jaqueta grafite também de lã – fazia frio – minha coluna gelou. O cara era bonito também. Moreno. Pensei, vou ver onde ele vai sentar.
Aquele monumento começou a vir na direção da nossa mesa e qual foi a minha surpresa, todos disseram, olha o Renatão!
Abraços e cumprimentos efusivos quando o meu amigo me apresentou – Renato, esta é a Jade.
Eu estendi a mão e disse com ênfase , olhando nos olhos, de sorriso aberto: MUITO prazer. E não tinha nada de mentira naquela frase, nem na caixa alta transformada em voz.
Bem, se o amigo que me levara à festa já não tinha nenhuma chance, depois desse momento todas as portas estavam cerradas para ele. Ponto final.
Querem saber o que veio depois?
Deve ter sido um “muito prazer” de mão dupla, porque tempos depois nos encontramos em outra situação social (da tchurma) e daí adiante ninguém mais segurou. Fomos namorados por bastante tempo.
Eu me casei (com outro), ele também (com outra). Nos separamos e tempos depois refizemos o casal. Ele não mora no Brasil, o que fez esse relacionamento ser perfeito por muito tempo, tempo suficiente para sermos amigos.
Mas até hoje, quando nos encontramos ele ri e diz que nunca viu uma pessoa dizer “muito prazer” com tanto prazer!
Fui muito simpática mesmo.

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