A vida dos outros
- jade turquesa
- 1 de jul. de 2021
- 2 min de leitura
Nunca fui de me importar com a vida dos outros, mesmo quando o quadro se desenrolasse como a uma novela.
Como ele ri (ele no sentido de ser humano), o que come, como se veste, cor de cabelo, com quem namora e o que faz da vida, nunca me dei a grande interesse. Claro que um mundo de comentários chegam até nós, mesmo sem sair à procura, mas sempre pensei não ser um problema meu, mesmo quando podia parecer um problema para ele.
O meu ego sempre me falava baixinho que nada me estava sendo pedido como empréstimo, então não tinha nada com isso.
Quantas vezes me retirei de fininho de fofocas (e de outras fiquei) quando o assunto era só a vida dos outros...tudo bem, sei que as vezes uma certa forcinha atrai a gente, mas depois de alguns instantes a gente vai saindo pela tangente. Você não? Mesmo quando a ficha cai você continua?
Cair a ficha quer dizer duas coisas, ou que seus neurônios fizeram sinapse ou você é contemporâneo dos orelhões. Não sei qual a melhor hipótese.
A vida dos outros nunca me interessou muito. Até agora.
Sem querer parecer sensível ou repetitiva, quem não se comoveu com as pessoas que perderam suas vidas, seus empregos, entes queridos, casas, empregos, bens...Cada um de nós teve e tem a oportunidade de trabalhar a ajuda de formas diferentes, uma palavra, um abrigo, um agasalho, um resgate, um depósito.
Mas o que me dá um interesse exacerbado pela vida dos outros, por mais estranho que pareça, é a vacina.
A vacina tem me mostrado como algumas pessoas vêem a vida, como podem interferir no outro, como podem prejudicá-lo também,
Me refiro à negativa de tomar a vacina, quando ela não for prejudicial ao seu estado de saúde, claro.
Qual seria o motivo de alguém se negar a tomar uma vacina que previne a infecção por doença fatal?
Já procurei várias hipóteses para aqueles que optam pelo risco. Porque não se trata somente de ter propensão ao suicídio, de querer arriscar a própria vida por lhe faltar valor. De querer dar desculpas terríveis do tipo "não quero ter reação", não, essa eu não aguento.
Juro que meu queixo se desloca cedendo à gravidade com uma força que espantaria Issac Newton.
Seria falta de civilidade, egoísmo, limitação? Teriam dúvida que o homem pisou na lua?
Nunca me preocupei com a vida dos outros mas neste caso, essas pessoas estão querendo muito mais que um emprétimo do que não é delas. Estão querendo arriscar a vida. A minha, Dos outros.
Gostaria de não só criticar, gostaria de achar um jeito de dar a real para essas pessoas.
Mas elas perderam muito mais que todos que sofreram com o virus.
Elas perderam tudo.
Como auxiliar? Me responda quem souber.
Agora temos que nos meter na vida dos outros.

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