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A viagem

  • Foto do escritor: jade turquesa
    jade turquesa
  • 1 de out. de 2021
  • 2 min de leitura

Depois de viver tristezas, aguardar pacientemente pela 1ª dose da vacina, aguardar pacientemente pela 2ª dose da vacina, aguardar pacientemente pelos 15 dias de resguardo pós vacina, fui viajar.

La la ri la lá, uma espera que parecia nunca acabar para rever o mar, meu colírio e o portador de sempre boas energias. Mar, areia, sol, será preciso mais?

Sei de muitas pessoas que já passaram maus momentos na vida. Sem recursos financeiros, esquecidos pelos amigos, invisíveis às pessoas que passam sem imaginar o que vai dentro deles.

Solitários, às vezes doentes ou sem alimentação devida pela escassez de tudo. E ninguém para auxiliar, por vezes sem coragem de pedir.

Você já passou por isso? Já ficou invisível para o mundo? Espero que não, sinceramente espero que nunca e se já encostou em situação próxima à essa, espero que nunca retorne à ela.

Voltando ao tema do título, depois de dias de esbanjamento de boas emoções no reencontro com essa parte (estranha) molhada, azul e bela do planeta e de passear por lindas áreas de vegetação exuberante nas estradas do litoral norte de São Paulo,

vivi momentos delicados.

Um animal, um cão, perdido e amedrontado na estrada. Um pequeno, amarelo, meio escondido nas folhagens. Uma cara de bebê.

Solitário, aterrorizado, mostrando as costelas. Invisível para a maioria das pessoas. Mais um ser esquecido pelo mundo.

Paramos, claro. Quem poderia prosseguir feliz sabendo que deixou para trás a grande possibilidade de ser realmente útil para uma vida. Eu não. Nós não.

O final não foi feliz. Ele estava aterrorizado demais pela figura humana para se deixar resgatar. Fugia e se colocava ainda em maior perigo com a minha aproximação. O local era perigoso.

Ele ficou lá, fugitivo de um final feliz.

Rezo para que alguém consiga resgatá-lo.

Foi difícil continuar. A viagem ficou triste. Como aqueles olhinhos sem socorro.

Quando era criança, num dia de sol na praia, em Santos, me perdi de minha família. Deveria ter uns 5 anos e asseguro que poucas lembranças tenho dessa fase tenra da vida com a nitidez que tenho desse episódio. Foram momentos (quase 1 hora) de puro terror. Pessoas me olhando e eu, aos gritos, atemorizada por não reconhecer naqueles semblantes nenhum dos meus.

Se perder dos seus é triste.

O amarelinho estava próximo a um belvedere, próximo à Maresias. Se passar por lá...tomara você consiga ser mais útil do que eu. E ficar feliz.


 
 
 

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