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A coisa do outro.

  • Foto do escritor: jade turquesa
    jade turquesa
  • 18 de jul. de 2021
  • 2 min de leitura

O convívio entre pessoas é uma arena difícil de se movimentar. Entender e coadunar espaços e limites.

Sempre tive dificuldade em reconhecer os meus espaços e o limite dos outros.

Às vezes, deixava a porteira aberta para passar a boiada e depois não tinha mais como puxar o freio (um montão de bicho bravo, quem segura?) e outras vezes o general se incorporava em mim, se não batessem continência estavam na masmorra.

Por alguns motivos que não vou desenrolar aqui, estou decidida a aposentar o general. Não é fácil, o cara é pegajoso e fica difícil explicar que ele não estará na reserva, ele estará sob nova direção.

E por outro lado, está duro também de convencer a boiada...quando você acha que resolveu um problema, pronto, aparece outro.

Vou contar um caso.

Tenho uma ajudante do lar, faz anos. Como sempre passei mais tempo fora (no trabalho e nos drinks sociais, se é que ainda me lembro) do que em casa e, não me parecia um grande problema quando ocasionalmente algo se perdia (quebrava ou manchava) e havia a possibilidade de eu repor por minha própria conta, o quebrar ou manchar foi todas as vezes relevado .

Fácil de expliccar: fica muito difícil você cobrar de sua ajudante a reposição de uma peça, seja de roupa ou de adorno de sua casa, que custa qualquer porcentagem (nunca pequena) do salário dela. Isso sempre me deixou paralisada. E o tempo foi passando.

Quando me casei ganhei um vaso de cristal, moderno, lindo, muito caro, que juro jamais teria como comprá-lo. Qual foi minha surpresa quando, um dia, olhando-o mais de perto vi que lhe faltava parte da base. Quando perguntada, recebi a seguinte resposta: quebrou, foi sem querer.

Certa ocasião, em uma reunião em Brasília, devido a uma mudança brusca de temperatura (sim, lá também acontece) fiz uma loucura. Me apaixonei por uma blusa azul noite, de seda, maravilhosa. Tinha vontade de dormir ao lado dela, enfeitiçada pela leveza e lindeza da bichinha.

Sabe porque nunca mais entrou água sanitária na minha casa? Por causa de uma série de manchas esbraquiçadas nessa blusa. Até chorei.

Por óbvio nunca recoloquei nada nesses lugares, nem em vários, vários e vários outros lugares que ficaram vazios nesses anos. Cheguei até a pensar em não ter mais nada que custasse mais que 0,99..., vê se pode.

Como saber qual o limite de deixar de ser condescente para passar a ser tonto? Às vezes, você mesma está estragando com o exemplo, com a sua atitude.

Mas hoje, por causa de um porta guardanapo de papel riscado, surgiu uma luz no fim do túnel, acesa pela própria interessada (nada interesssada). Em meio ao milionésimo discurso com o tema "preste mais atenção" quase deixei espatifar no chão, por acidente, o aparelho mais importante da vida dela, o celular.

No momento seguinte, equilibrando-o nas mãos, numa acrobacia espetacular, eu disse - quase caiu! já pensou se quebra? Ao que ela me respondeu : - a Sra. ia ter que me comprar outro.

Reposição obrigatória, mesmo sem querer.

Lição aprendida.







 
 
 

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