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A cara da alegria.

  • Foto do escritor: jade turquesa
    jade turquesa
  • 6 de abr. de 2020
  • 2 min de leitura

Não sei como vou poder explicar o que estou sentindo sem ser mal entendida.Vou tentar usar as palavras a meu favor. Difícil.

Estamos vivendo um momento tenso, para dizer o mínimo.

Mesmo evitando se envolver demais em notícias trágicas sabemos que um episódio triste fechou as portas do mundo.

Por motivos que fogem ao meu controle, tive que sair de carro hoje. Internação do meu cachorro Bacana.

Vi uma vida normal, se não soubesse que estamos no mês de abril, diria que o mês de julho, das férias, chegou. Pessoas nas ruas, indo e vindo, alegres, fazendo ginástica. Vi até um idoso malhado (quase malhado, vai) fazendo cooper (o inventor do teste de preparo físico foi idealizado pelo médico e preparador físico norte-americano Kenneth H. Cooper em 1968). Conhece? É antigo, e daí?

Vi muita coisa. Vi gente jogada, sem eira nem beira, olhando para o céu como numa prece.

No farol, um mendigo sorridente pedindo uma ajudinha em pé e ao lado de um Porsche branco (não gostei da cor hehehe, hipócrita).

Quantos momentos diferentes! Passamos a vida tentando entender essas diferenças.

Mas o que me causa um certo ( certo?) constrangimento é ver, nas redes sociais, fotos estampando extrema felicidade.

Ninguém poderá criticar os momentos felizes que vivenciamos, mas sinto que em certos casos, pessoas com sorrisos extravagantes de bochecha inteira, ao sol, rodeadas de alegres amigos, bebendo drinks lindos à beira de piscinas maravilhosas, me trazem um sentimento meio de acanhamento, vontade de baixar os olhos, de não olhar. Sensação parecida com a visão do mendigo ao lado do carro branco.

Só eu que sinto assim? Só eu que vejo um desapego pelo momento? Puxa, uma parcela da humanidade luta para respirar.

Devo estar sensível demais. Peço perdão à felicidade. Rezo para que ela persista.

Rezo para que todos possam trazer logo suas bochechas ao sol. Tomara!

ree


 
 
 

4 comentários



sopacheco19
07 de abr. de 2020

Momento de grandes e profundas reflexões! As pessoas estão em retiro compulsório, porém, a introspecção é voluntária!

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elfmich
06 de abr. de 2020

Tb tive que sair hoje e me deparei com o mesmo cenário...fui só ao caixa eletrônico, de máscara (que eu mesma fiz) e luva de procedimento, me senti um ET, todos livres leves e soltos como se não houvesse o amanhã!!! Será q todos precisavam sair de casa realmente? Não sei...

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gloriacoelho.fernandes
06 de abr. de 2020

Semana passada me peguei diversas vezes pensando no japônes que saiu do esconderijo onde estava para descobrir que a guerra havia acabado lá nos anos 70(?).

Essa memoria me veio depois de uma saida obrigatória como a sua, na aual me deparei com pessoas absolutamente desligadas do processo de confinamento solidário. Felizes.

Parecia que eu estava em outro mundo. Sensação esquisita de excesso de zêlo por quem não zéla nem por si.

Como na caverna de Platão só nos damos conta da realidade auando nos expomos à ela, se não nos basta a nossa pequena bolha.

Prepare as bochechas, ainda iremos rir muito de tudo isso ( depois de chorar, como de costume ). Adoro seu jeito de escrever. Bjs


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